"Há quase dois meses, no fim de maio, o bolo Souza Leão foi considerado patrimônio imaterial do estado de Pernambuco. Juntou-se assim ao bolo-de-rolo que já tinha esse título há algum tempo. São portanto receitas protegidas, conservadas e valorizadas por sua importância histórica, cultural e, claro, gastronômica.
O doce foi criado por uma família portuguesa que chegou à região para trabalhar com cana de açúcar. A fórmula permaneceu em segredo por muito tempo. Era a época dos grandes engenhos, da cultura de açúcar no Brasil... A senhora de engenho Rita de Cássia Souza Leão teria inventado a receita ao misturar ingredientes locais, como a mandioca e o leite de coco, ao jeito português de preparar sobremesas com ovos e muito açúcar. Hoje, existem diversas versões do bolo que foram sendo adaptadas a partir da original. Em um de seus livros, o sociólogo pernambucano Gilberto Freyre comenta que receitas como a do bolo-de-rolo e a do Souza Leão ficavam sempre escondidinhas atrás de uma cortina de ciúme das sinhás do engenho. O preparo era complexo e as sinhás consideravam as fórmulas tão valiosas quanto jóias de família. Foi aliás um livro de Gilberto Freyre, o clássico Açúcar – Uma Sociologia do Doce, que ajudou a popularizar o Souza Leão, com algumas receitas. A primeira edição da obra é de 1939. "
Pré-aqueça o forno a 220ºC. Unte uma fôrma de pudim com manteiga integral sem sal. Faça uma calda com 250g de açúcar refinado, 120ml de água fria, 1 pau de canela, cravos da índia, erva-doce em fio brando. Desligue o fogo, retire os aromatizantes e junte rápido 100g de manteiga integral sem sal e 1 pitada de sal. Misture bem e deixe esfriar. Misture 250g de massa puba com 4 gemas sendo acrescentadas uma a uma e 180ml de leite de coco. Amasse bem. Junte a calda fria e misture. Coe três vezes em peneira fina. Despeje na fôrma e leve ao forno em banho-maria por 50 minutos ou até dourar. Desenforme e sirva frio.